Nem todos pegarão o caminho errado, as vezes, só havia um único caminho.

Nem todos saberão qual a rota certa, a decisão mais adequada ou a
alternativa correta, bem, provavelmente quem diz saber estará fadado ao fracasso, o caminho é feito de tentativa e erro.

Confusa, muitos erros, perfeitinha, mulher forte, não sente nada, sabe tudo,
fria e continua sem ninguém nunca saber sobre quem ela é de fato.

Complexa, e todos achando que sabem seus medos e seus acertos, pobre deles e todas essas magias inúteis de tentar adivinhar.

Caminhando por ai passou a analisar seus julgadores, como abutres, em busca de encontrar os erros dela, depois de alguns tropeços decidiu se esconder, tornou-se fria, indiferente e lá na sua solidão aprendeu a se blindar.

Olhos fixos, atentos e alertas. Prometeu a si mesma nunca mais abrir as
portas, ninguém nunca mais passou do portão do castelo, acesso proibido.

Ela limpou a casa, fez faxina geral, mudou tudo de lugar e foi correr (pra
dentro de si), não encontrou o que procurava, saiu em velocidade máxima para que seu tempo de fuga não durasse mais do que o suficiente e para não se acostumar com a solidão.

Encontrou algumas respostas, não dentro de si, mas durante o caminho.

Viu flores, algumas cores e aromas novos, sentou-se sozinha, debaixo de uma árvore e escreveu.

Desenhou um novo cenário, fez novos planos, não sentiu medo de respirar, profundo, escolheu um novo fim e agora tudo faz sentido.

Nunca mais irá escutar os malvados espalhados por ai, decidiu seguir seus instintos, correndo em um ritmo de velocidade controlada, mas com prazo para acelerar.

Ela aprendeu a voar alto e de lá, tudo é tão mais intenso e belo, é isso, é
disso que ela precisava, se desprender e aprender, ela não quer resgatar o que passou para tentar entender as razões das feridas, não, ela quer voar com suas cicatrizes e a aceitar seus passos errados, foram professores maravilhosos, todos os esses caminhos espinhosos.

Nunca mais aceitará menos do que merece.

 

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